Como Manter uma Alimentação Saudável e Sustentável
Hoje assinala-se o Dia Europeu da Alimentação e Cozinha Saudáveis e nesta data pretendemos conjugar duas das nossas paixões: a alimentação saudável e a sustentabilidade.
Não raras vezes a preocupação em assegurarmos uma alimentação saudável para a nossa família interfere com a preocupação com o ambiente, pois, por desconhecimento ou falta de opções, acabamos por optar por soluções saudáveis sem qualquer garantia de sustentabilidade durante a sua produção, ou de menor pegada ecológica.
Neste sentido hoje propomos dicas para auxiliar a cumprir e manter uma alimentação simultaneamente saudável e sustentável, abordando alguns dos tópicos que consideramos mais importantes neste tema.
Sal e Açúcar
Provavelmente quando pensamos em manter uma alimentação saudável, dos primeiros alimentos que nos vêm à cabeça são o sal e o açúcar, pois ambos devem ser mantidos a níveis reduzidos na nossa dieta.
Contudo a sua utilização continua a ser importante para dar sabor às refeições e é por isso importante saber como escolher as opções mais sustentáveis:
- optar por substitutos do sal e do açúcar como sejam a salicórnia e a stevia. Para a salicórnia preferir a de produção portuguesa, e para a stevia escolher uma opção biológica, em quantidade ou embalagem reutilizável, ou manter um vaso com a planta em casa e colher diretamente.
- nos casos em que as opções anteriores são inviáveis, optar por sal e açúcar português, o primeiro é simples de encontrar no formato de flor de sal proveniente das mais variadas salinas do nosso litoral, e o açúcar, neste caso deve ser proveniente da única produção em Portugal, na Madeira, o açúcar de cana.
- Para outras opções ao açúcar da Madeira, deve optar por tipologias com o menor grau de tratamento e refinamento, como sejam o açúcar de coco, demerara e mascavado.
Gorduras
Quanto mencionamos uma dieta saudável provavelmente uma das categorias de alimentos que mais vem à memória são as gorduras, pois de facto a sua utilização em exagero provoca um desequilíbrio no nosso organismo e a sua acumulação.
Assim, é fundamental reduzir as quantidades da sua utilização e escolher as mais saudáveis, e preferencialmente, as mais sustentáveis. Eis como:
- no nosso país não há nada mais sustentável do que o azeite, pois a nossa produção é elevada e a pegada ecológica deste produto torna-se reduzida, contudo é também fundamental assegurar que é proveniente de produção biológica ou protegida (denominação DOP).
- uma outra opção de gordura saudável consiste no óleo de coco, que neste caso deve possuir certificação Rain Forest Alliance, de modo a assegurar que a sua produção tropical respeita práticas ambientais e sociais exigentes, trabalhando em conjugação com a população local e não a prejudicando de nenhuma forma.
Frutas e Legumes
Falamos frequentemente de frutas e legumes nesta plataforma, pois não é possível ignorar a importância destes alimentos frescos numa alimentação saudável e sustentável.
Para reduzir a pegada ecológica do seu consumo é importante:
- optar por produtores locais ou nacionais
- consumir apenas as frutas e legumes em época nacional
- sempre que possível dar preferência à produção biológica
- adquirir todos estes alimentos a granel e com os seus sacos reutilizáveis.
Menos proteína animal, mais leguminosas
Também tem sido tema recorrente aqui no Blog a importância da redução do consumo de proteína animal na alimentação de todos, e a sua substituição por leguminosas, igualmente carregadas de proteína e fibras e inúmeras vezes mais nutritivas (no que à variedade de nutrientes diz respeito).
De facto, não é possível continuarmos a alimentar a população crescente de todo o mundo com proteína animal que não chega para todos, nem a ocupar mais de metade do planeta com alimentos para esses mesmos animais, quando uma percentagem muito elevada de pessoas passa fome e outra é obesa. É fundamental alterarmos este paradigma.
Eis as nossas dicas:
- reduzir a quantidade de refeições com proteína animal, substituindo-a por vegetal como a constante nas leguminosas
- reduzir a quantidade de proteína animal nas refeições, por exemplo ao invés de comer um bife, optar por noodles de legumes com um pedaço ou outro de carne
- optar por proteína animal proveniente de produção biológica ou certificada por normativos ambientais
- preferir carne, peixe e marisco provenientes de produtores e pescadores portugueses.
Preparados alimentares
As refeições pré-cozinhadas, os acompanhamentos pré-feitos e as conservas de tudo um pouco invadiram os supermercados e tentam-nos a cada esquina, pela sua praticabilidade e, por vezes até, pelo seu preço.
É muito importante resistir a este impulso, mesmo que sejam preparados vegetais. Para além de comprarmos um inúmero rol de embalagens, estamos a adquirir um produto industrializado, carregado de conservantes, aromatizantes e edulcorantes, que nada têm de saudável, nem sustentável.
Ao invés destas opções, se pretende ter preparados pré-feitos em casa, num dia que tenha mais tempo disponível, opte por cozinhar em grandes quantidades e congelar.
Não se esqueça apenas de utilizar sempre alimentos o mais frescos possível, dividir em porções que vai de facto utilizar, em embalagens apropriadas e rotular. Não recomendamos que demore mais de 3 meses a consumir essas refeições “pré-preparadas” que congelou.
E aí estão. Dicas sobre como manter uma alimentação saudável e sustentável, controlando o sal, o açúcar, as gorduras, os alimentos frescos, a proteína e os preparados, e fazendo as melhores opções para si e para o ambiente.
Esperamos que na próxima lista de compras que elaborar já tenha em consideração algumas das nossas dicas. Experimente, realize as mudanças gradualmente e vá comprovando as preferidas da família.
Percorra o Blog para descobrir ainda mais dicas sobre alimentação vegetal e vegan.