Dia Internacional da Reciclagem
Hoje assinala-se o Dia Internacional da Reciclagem.
Em Portugal, o conceito de reciclagem nasceu em 1996, apenas para as embalagens, pois era um resíduo doméstico na altura (e ainda!) em grande crescimento. De acordo com os dados existentes em duas décadas reciclamos 7,5 milhões de toneladas de resíduos de embalagens, mas ainda estamos muito aquém da meta europeia à qual nos comprometemos: reciclar 65% das embalagens até 2025.
Quase garantidamente vamos falhar este objetivo e, associações ambientais como a ZERO, acreditam que tal se deve: ao fraco investimento em recolha porta-a-porta, que já vários projetos piloto comprovaram que é mais eficaz; ao fraco sistema de recolha seletiva implementado e tratamento de biorresíduos; à prática de uma taxa de gestão de resíduos muito reduzida e ao contínuo incentivo económico à incineração de resíduos urbanos recicláveis. Políticas implementadas desde o surgimento da reciclagem em Portugal e que não encorajam à sua adesão, ou ainda, viciam o sistema.
Nesta data celebrativa, partilhamos a nossa visão sobre este tema.
Consideramos que, apesar da reciclagem ser uma das soluções para o problema da gestão de resíduos, não é a principal. À velocidade a que a população consome materiais e produtos, e consequentemente descarta resíduos, não há qualquer hipótese de o sistema implementado, ou a implementar, conseguir lidar com esse aumento.
A única solução viável para o futuro é reduzir. Reduzir a quantidade de artigos embalados que compramos; reduzir a quantidade de desperdício alimentar que geramos; reduzir a troca constante de artigos elétricos/eletrónicos perfeitamente funcionais, porque ficaram fora de moda ou são “velhos”; reduzir a compra de vestuário e acessórios ao mínimo indispensável e eliminar qualquer compra que não tenha utilidade e/ou possua componentes descartáveis no imediato.
Sem esta redução drástica, que deve ser realizada por cada um de nós, não vamos conseguir sair deste ciclo vicioso de produção – consumo – descarte – resíduo, e num futuro próximo vamos viver num planeta em que há mais lixo do que pessoas e terra utilizável.
No que respeita aos produtores consideramos fundamental a sua rápida adaptação a este um novo paradigma. Devem prontamente adaptar os produtos que fabricam a esta nova realidade forçada: transformando-os em sistemas de tara retornável, de dispensadores oficiais ou possibilitando a sua venda em quantidade ou a granel; reconvertendo as suas embalagens para que passem a ser compostáveis de forma rápida e idealmente em compostores domésticos ou comunitários e criando redes de recolha eficazes que permitam uma efetiva reutilização de peças ou materiais e a sua posterior reintrodução no sistema como produto usado ou novo produto.
Acreditamos que a reciclagem é importante, e deve manter-se o incentivo à mesma, pois é fundamental que todos os resíduos produzidos sejam devidamente encaminhados, contudo, não deve ser o principal foco das comunidades.
Todos temos um papel a desempenhar neste futuro que se avizinha e começa com as nossas escolhas do dia-a-dia: optar por soluções reutilizáveis, levar de casa embalagens, preferir mercados e lojas com opções a granel, recusar ofertas e aquisições de impulso e que pouco ou nada acrescentam ao nosso dia, substituir a compra de objetos por experiências e memórias, são algumas das atitudes que podemos tomar. Por um amanhã sustentável, com menos resíduos e mais vivências.
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Relacionado com este tema conheça ainda o conceito de compostagem caseira e, mais concretamente, a compostagem bokashi.