Dia Mundial das Abelhas
Amanhã, dia 20 de maio, assinala-se o Dia Mundial das Abelhas.
A data foi estabelecida pela ONU em 2017 em homenagem ao esloveno Anton Janša considerado o pioneiro da apicultura moderna e “foi proclamada para lembrar a importância da polinização para o desenvolvimento sustentável".
Existem mais de 25 000 espécies conhecidas de abelhas e é possível encontrá-las (ainda!) em todos os habitats do planeta onde existam plantas de flores polinizadas por insetos, o que significa em todos os continentes, exceto a Antártida.
Estes incríveis insetos voadores podem viver socialmente em colónias, mas também solitariamente, sendo que ambas as vivências são importantes para o equilíbrio ambiental. São conhecidos pelo seu importante papel na polinização, tanto ecológica como comercial, sendo a apicultura praticada desde o Antigo Egito e Grécia Antiga.
A apicultura é uma atividade comercial que recorre à instalação de colmeias com colónias de abelhas produtoras de mel, designadas de melíferas, e à sua gestão com o fim de obter mel, cera de abelha, geleia real e própolis.
No entanto e, apesar da sua importância comercial e ecológica, a população de abelhas nacional e mundial encontra-se em declínio acentuado, o que impacta gravemente o futuro do sistema alimentar.
A ONU estima que 90% das plantações de flores silvestres dependem da polinização, assim como 75% das plantações de alimentos e 35% das terras aráveis de todo o mundo. De acordo com a mesma fonte quase 35% dos polinizadores invertebrados, especialmente as abelhas e borboletas, estão em risco de extinção, assim como 17% de vertebrados como os morcegos. Se esta tendência se mantiver, plantações de frutas, vegetais e frutos secos terão de ser substituídas por arroz, batatas e milho, o que conduzirá a uma enorme quebra nutricional na alimentação da população mundial.
Todo este impacto foi, e é, causado por nós humanos, e pelo nosso estilo de vida consumista e desrespeitador da Natureza e dos seus limites. A agricultura intensiva e de monocultura que espalhamos sem controlo nem regulamentação pelo mundo fora, a utilização massiva de pesticidas que aplicamos (por vezes até como prevenção de uma praga que ainda não apareceu) e as alterações climáticas a que a dependência dos combustíveis fósseis nos condenou a todos suportar, são as principais causas apontadas pelos investigadores para o exponencial desaparecimento destes insetos fundamentais.
A situação é grave, mas ainda reversível, e todos podemos contribuir. Eis as nossas sugestões:
- use o espaço exterior que tiver disponível (um parapeito de janela, uma varanda, terraço ou jardim) para plantar diversidade de espécies nativas que floresçam em diferentes estações;
- compre mel natural proveniente de produtores locais;
- opte por produtos naturais, locais ou nacionais e produzidos de forma sustentável, sem pesticidas e respeitando a biodinâmica dos ecossistemas locais;
- evite qualquer utilização de pesticidas, herbicidas e outros produtos nocivos nas suas plantas, recorra a métodos naturais de controlo de pragas.
- proteja as colónias de abelhas existentes na sua zona, e se tiver essa disponibilidade, contacte uma entidade apícula certificada e instale uma colónia na sua propriedade;
- assegure uma fonte de água para as abelhas deixando uma bacia com água disponível no seu espaço exterior. De preferência este suporte deve permitir que as abelhas pousem numa espécie de rampa e bebam em segurança, o que pode ser conseguido com um simples pires de café ou um prato desnivelado;
- contribua para os ecossistemas florestais: participe em ações de plantação, limpeza ou vigilância destes terrenos;
- contribua para a consciencialização sobre este tema, conversando sobre a sua problemática e partilhando esta mensagem com todos os seus conhecidos, amigos e familiares.
O declínio das abelhas, e polinizadores em geral, afeta-nos a todos. Já imaginou uma refeição sem vegetais ou fruta? Pois esse pode ser o nosso futuro se nada for feito.
Junte-se a nós e comece já hoje.