Dia Mundial do Gato: Saúde e Sustentabilidade

Hoje assinala-se o Dia Mundial do Gato. Um mamífero carnívoro da família dos felíneos que, de acordo com informações recolhidas pelos investigadores associados à National Geographic, se relaciona com humanos há cerca de 9500 anos (notícia “Oldest Known Pet Cat? 9500-year-old Burial Found on Cyprus”).

Característico pelo seu pequeno a médio porte, esperança média de vida considerável (entre 15 a 20 anos) e personalidade independente, o gato rapidamente se tornou uma das espécies mais adotadas pelos humanos como animal de estimação, e pelas redes sociais como influenciadores de um estilo de vida relaxado mas nunca passivo.

Esta data celebrativa foi criada pela International Animal Wellfare para assinalar o animal de estimação mais popular do mundo. É tão popular que na realidade não possui apenas um dia para o celebrar, mas sim três: hoje, dia 17 no qual se celebra especificamente o gato preto e dia 17 de fevereiro criado em Itália para proteger os gatos de perseguições e promover a sua adoção responsável. Se bem que, na prática, quem tem um gato sabe que todos os dias são dias do gato.

Assim nesta data especial dedicamos a nossa total atenção a este felino que tomou conta dos lares, incluindo dos portugueses, e abordamos uma temática diretamente associada e importante para o ambiente e para a sua saúde: a areia de gato.

Um dos comportamentos mais fascinantes destes felinos domésticos consiste na rápida habituação a uma rotina higiénica que envolve utilizar uma caixa com um material absorvente para urinar e defecar, cabendo apenas aos seus tutores uma rápida limpeza diária e uma higienização semanal mais profunda.

No entanto o tipo de “areia” escolhida pode ter consequências na saúde do seu gato e, sem qualquer dúvida, no ambiente.

Atualmente existe uma grande variedade de “areia” disponível, todas com características diferentes:

Areia granulada - derivada de um mineral absorvente denominado sepiolite, com ou sem perfume, que possui baixa qualidade e liberta pó que pode ser prejudicial, principalmente a gatos com asma e problemas respiratórios.

Areia de sílica – também derivada de um mineral, desta vez e tal como o nome indica, de sílica absorvente, encontra-se disponível com ou sem perfume, e é indicada para gatos que urinam pouco, ou para quem tem apenas um gato, pois o seu poder de absorção é muito limitado.

Areia aglomerante – criada a partir da argila betonite, possui grande poder de absorção e facilidade de remoção das necessidades pois forma aglomerados, e é também a melhor opção para controlar o odor. Este tipo de areia também se encontra disponível agora em tipologia 100% vegetal, criada a partir de subprodutos de milho, que não levanta pó e possui, também, grandes capacidades de absorção e facilidade de limpeza.

Pellets – normalmente de origem vegetal são uma nova opção disponível, com boa absorção e facilidade de remoção das necessidades pois também se agrega. Por regra é aconselhada para gatos com pelo comprido.

No que à sustentabilidade diz respeito as melhores opções serão sempre as que não implicam extração dos recursos minérios do nosso planeta, ou seja, as opções de areia aglomerante vegetal e pellets.

Compreendemos que ambas as opções mais sustentáveis são também, por regra, mais dispendiosas, e como este componente é fulcral na higiene e saúde do seu bichano, partilhamos duas ideias faça-você-mesmo para experimentar criar a “areia” do seu patudo utilizando materiais simples e económicos.

Uma das sugestões consiste no farelo. O farelo é um resíduo de cereal obtido durante a gramagem das farinhas alimentares e pode ser encontrado facilmente, e a bom preço, nas lojas de alimentos e forragens para animais. Para este fim pode ser utilizado qualquer cereal ou mistura, contudo o trigo costuma ser a opção mais barata. Para criar a “areia” apenas necessita de colocar um fundo de farelo na caixa do seu gato, se pretender disfarçar os odores, pode misturar um pouco de bicarbonato de sódio e, se pretender tornar o farelo mais aglomerante, pode ainda juntar farinha de milho grossa ou farinha de mandioca.

Pode ainda recriar a “areia” do seu gato reutilizando papéis que tenha em casa. Necessita de: cortar em pedaços pequenos todos os papéis e demolhar em água morna. Deixar arrefecer e coar. Numa taça limpa misturar bicarbonato de sódio, um pouco de água fria, os papéis molhados, amassar e fazer bolinhas ou pedaços com esta mistura de papel. Coar a água sobrante do processo e colocar numa superfície para secar naturalmente. É uma ótima atividade para fazer com crianças!

Qualquer uma das sugestões é totalmente segura para o seu bichano e sustentável, mas não sinta a tentação de adicionar perfume (mesmo natural!) pois os gatos são altamente intolerantes a aromas e óleo essenciais.

Em notas finais relembramos que a areia é fundamental para o seu gato, mas a caixa onde a coloca também tem um papel importante: deve ser de tamanho suficiente para que o seu gato consiga dar uma volta completa e agachar-se confortavelmente, deve ser colocada num sítio calmo e separado da alimentação e construída em materiais resistentes, facilmente laváveis e desmontáveis.

Neste Dia Mundial do Gato exploramos as diferentes opções de areia para gato disponíveis no mercado, as suas características e impactos no ambiente, e propusemos duas sugestões para criar de forma simples, sustentável e económica este componente essencial à higiene e saúde do seu patudo.

Experimente, deixe de depender da areia comprada no comércio e recorra a materiais mais sustentáveis e económicos!