Dia Nacional do Mar e o Seu Futuro
Hoje assinala-se o Dia Nacional do Mar e com ele pretende-se relembrar a importância do mesmo para os ecossistemas, as suas populações (incluindo a humana) e para o planeta em si.
O estilo de vida atual da Humanidade coloca em perigo este grandioso recurso: a poluição proveniente de produtos químicos, plásticos e todos os tipos de resíduos, que quando não encaminhados corretamente vão parar ao mar; a pesca insustentável, ilegal, não declarada e não regulamentada que sobreexplora os stocks de peixes mundiais; e o consumo excessivo de pescado que alimenta o setor dando continuidade a uma destruição massiva de ecossistemas marinhos.
O mar liga-nos a todos e todos podemos fazer a diferença.
Algumas atitudes que podem podemos adotar: substituir produtos químicos e cosméticos por soluções naturais biodegradáveis; eliminar a utilização de artigos descartáveis; reduzir a aquisição e utilização de embalagens de plástico; reduzir a quantidade de resíduos produzida e descartando-os corretamente; reduzir o consumo de pescado e escolhendo espécies com bom stock e provenientes de pesca sustentável; não suportar atividades de turismo intensivo ou que possam pôr em causa a continuidade do mar como ecossistema e recurso.
Hoje dedicamos particular atenção ao pescado. Para muitos pode ser difícil imaginar uma dieta sem peixe, e de um ponto de vista de sustentabilidade, não é isso o pretendido, contudo, se mantivermos a atual trajetória de pesca e consumo brevemente poderá não haver mais peixe para pescar, produzir ou comer.
De acordo com dados da WWF-ANP cada português consome em média 56kg de pescado por ano, quase o dobro do consumido há 50 anos, sendo que mais de metade provém de países em desenvolvimento.
A solução não passa por eliminar o pescado da nossa dieta, para todos os que não adotam um regime vegetariano ou vegan, mas sim a redução da quantidade consumida, a preferência por peixes com certificação MSC ou ASC (relativa à pesca sustentável), de tamanho adulto (para que tenha oportunidade de se reproduzir) e de espécies corretas e variadas.
Eis algumas das espécies recomendadas para consumo: ameijoa-boa, berbigão proveniente apenas de apanha à mão, carapau pescado com linha de mão ou pesca de cerco, cavalas (espécies S. colias e Scomber scombrus) pescadas com linha de mão, choco pescado por armadilhas no Atlântico Nordeste (FAO27) ou armadilhas e palangre no Atlântico Central Oriental (FAO34) e o mexilhão de apanha à mão ou cordas suspensas do Atlântico Nordeste.
Em todo o território da União Europeia antes de comprar tem o direito de saber o nome completo do peixe, de onde vem, se foi capturado ou produzido e como, e se é fresco ou congelado. Se esta informação não estiver visível, pergunte. Se não conseguir obter respostas, não compre.
Ao comprarmos peixe todos contribuímos para a continuidade de um sistema de pesca que destrói os nossos mares. Sejamos também responsáveis pela sua continuidade fazendo escolhas conscientes.
Por um futuro com mares saudáveis e sustentáveis, para todos.