Dicas para Preservar Água Potável
Hoje, dia 18 de setembro, assinala-se o Dia Mundial da Monitorização da Água e no próximo dia 1 de outubro inicia-se um novo ano hidrológico e celebra-se o Dia Nacional da Água.
A água é um recurso natural fundamental sem o qual nenhum ser vivo consegue sobreviver. A disponibilidade de água doce está associada ao ciclo hidrológico da água, ou seja a circulação da água entre a atmosfera e a superfície da Terra, e este encontra-se cada vez mais pressionado por fatores externos, como a poluição, o uso excessivo, a introdução de espécies exóticas e até alterações físicas, como variações de caudal.
No nosso país temos autoridades responsáveis por uma gestão sustentável da água e pela proteção dos recursos hídricos, e um sistema de orientação de águas pluviais (provenientes de chuva) e de tratamento de águas residuais (de saneamento) que permite que a água que descartamos seja reencaminhada devidamente e reintroduzida, voltando a fazer parte do ciclo natural com boa qualidade.
De acordo com os últimos resultados revelados pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e pela Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSA), a qualidade da água em Portugal continental é segura em 98,96% do território.
Apesar dos bons resultados, técnicos e especialistas na matéria alertam (cada vez mais) frequentemente para a importância da preservação da água doce nas atitudes diárias de todos nós. Gestos simples fazem a diferença, permitindo tornar os sistemas de tratamento mais eficazes e simples e eliminar as substâncias perigosas e não detetáveis nas análises regulares. Eis as dicas que compilamos sobre esta temática.
Objetos estranhos
Todos os materiais e objetos que sejam encaminhados para saneamento, atrasam o processo de tratamento das águas e são reencaminhados diretamente para aterro, ou no caso de entrarem no sistema de recolha de águas pluviais, podem encaminhar-se diretamente para rios e mares.
Desta forma é fundamental que não sejam descartados na sanita nem lavatórios quaisquer materiais não solúveis, como: alimentos, gorduras alimentares, cabelos compridos, cotonetes, pensos rápidos, etc. Todos estes devem ser reencaminhados para o compostor, lixo comum ou ecoponto respetivo.
Da mesma forma não deve ser depositado nenhum tipo de lixo no chão (mesmo que em saco fechado para posterior recolha – à exceção dos sistemas porta-a-porta instalados em alguns concelhos do país). Não são raras as vezes que sacos depositados perto dos caixotes, com o intuito de serem recolhidos pelos serviços, acabam abertos por curiosidade de alguém ou destruídos, e o seu conteúdo espalhado, por aves ou outros animais famintos.
Assim, não deve nunca atirar lixo para o chão e apenas deve deixar sacos no chão, junto aos caixotes, quando os mesmo se encontram cheios e sabe que a recolha será para muito breve.
Microplásticos
É cada vez mais frequente a existência de notícias, por todo o mundo, de identificação da existência de microplásticos em tudo, incluindo na água potável. Portugal não é exceção.
Para que este problema possa ter um fim só existe uma solução: o consumo de plástico tem que reduzir drasticamente. E todos temos uma responsabilidade direta para que esta mudança ocorra.
É imperativo que: elimine todos os artigos descartáveis de plástico da sua rotina, elimine a compra de qualquer artigo de plástico não reciclável, evite a compra de artigos de plástico com um período de uso reduzido e promova a reutilização dos artigos de plástico durável e reciclável que necessitou de comprar (incluem-se também neste ponto doar e vender esses mesmos artigos).
Substâncias químicas perigosas
Tudo o que enxaguamos, ou é enxaguado pela água da chuva, vai parar ao sistema de águas e, no caso das substâncias perigosas, não irão ser devidamente tratadas (pois não é possível tratar a água para todos os tipos de substâncias existentes) e assim contaminarão rios, mares e biodiversidade existente.
A nós, cidadãos comuns, cabe-nos uma parcela da responsabilidade. É fundamental substituir a grande maioria das substâncias e misturas químicas que utilizamos na rotina (cosméticos, detergentes, fertilizantes, ambientadores, controladores de pragas, etc.) por soluções naturais e biodegradáveis, pois serão seguras para a sua família e ambiente.
Na eventualidade de necessitar de adquirir e utilizar qualquer tipo de produto químico é importante ler totalmente o rótulo da embalagem e verificar os riscos e perigos associados.
Medicamentos
No seguimento da lógica anterior também inúmeros investigadores têm alertado para a presença ocasional de substâncias medicamentosas nos circuitos de água. Esta situação é um perigo real e, também aqui, as nossas ações podem contribuir para a mudança.
Nunca descarte medicamentos ou invólucros de medicamentos pela sanita ou lavatórios. Os medicamentos (quando não gastos até ao fim ou fora do prazo de validade) devem ser entregues nas farmácias para devido tratamento como resíduo perigoso que são.
É fundamental que tomemos consciência do quão importantes as nossas ações diárias são efetivamente. Vivemos num mundo globalizado de várias formas, todos nos influenciamos a todos, e todos influenciamos tudo.
Com pequenos gestos diários é possível preservar um recurso tão importante e escasso como a água potável. Não é o tema desta publicação mas nunca é demais lembrar que associado a esta preocupação se mantém a poupança da água. Poupe água em todos os momentos que a usa!
Esperamos que esta informação o tenha deixado motivado a cumprir uma rotina mais sustentável e natural que é, sem qualquer margem de dúvidas, mais segura para si, para a sua família e para o ambiente.
Junte-se a nós, por um futuro com água segura.