O Poder Restaurador das Dietas que Respeitam o Planeta
Já anteriormente mencionamos a importância de uma alimentação humana em consonância com o planeta para que o mesmo possa ser sustentável, e à medida que os estudos nesta área continuam, novas informações vão surgindo que consideramos serem de importante partilha.
A WWF Food Practice concluiu agora o relatório de um estudo, realizado em 147 países, que detalha os impactos de vários padrões alimentares sobre a saúde e o ambiente. Partilhamos um breve resumo dos principais resultados.
A análise realizada desenvolve-se em torno das seguintes 5 ações estratégicas que os especialistas consideram necessárias para achatar a curva dos impactos negativos do sistema alimentar.
Inverter a perda de biodiversidade
É fundamental abrandar rapidamente a perda de biodiversidade e avançar para uma perda zero resultante da produção alimentar, utilizando ao mesmo tempo novos sistemas agrícolas para restaurar a biodiversidade em todo o planeta.
Viver dentro dos limites da pegada global de carbono permitida para a alimentação
Os países devem aumentar a ambição das suas Orientações Alimentares Nacionais (OANs) para se alinharem com os compromissos internacionais, tais como o Acordo de Paris, assegurando ao mesmo tempo que os esforços para melhorar a nutrição não conduzem à adoção de dietas com elevado teor de carbono.
Alimentar a humanidade através das terras de cultivo existentes
De acordo com os especialistas é imperativo parar a expansão de novas terras agrícolas à custa dos habitats naturais para existir hipótese de inverter a perda de biodiversidade e alcançar o Acordo de Paris.
Para tal precisamos de deixar de utilizar quase 40% das terras agrícolas para alimentar o gado e, em vez disso, dedicar essas terras cultiváveis ao cultivo de alimentos para consumo humano.
Alcançar emissões negativas
O aumento do consumo de alimentos de origem vegetal pode libertar terras e teoricamente permitir que estejam disponíveis para restaurar a natureza, o que consequentemente iria sequestrar o carbono à medida que os ecossistemas naturais seriam repostos.
Otimizar a produtividade das culturas
O relatório realça que alimentar 10 mil milhões de pessoas exigirá métodos significativamente diferentes de produção alimentar como por exemplo: agricultura de conservação, a agro-floresta e a agricultura regenerativa. Estes métodos elevam os rendimentos das culturas, reduzem a necessidade de água e fertilizantes e aumentam a resiliência das paisagens.
Os especialistas consideram que apenas com a implementação bem-sucedida destas ações em conjunto poderemos transformar o sistema alimentar humano em algo positivo para a natureza, que auxilie o restauro do planeta e contribua para a melhoria da saúde das pessoas: uma dieta que respeita o planeta.
De acordo com os especialistas os países que realizarem esta mudança alcançarão melhorias consideráveis, como sejam:
- a redução da pressão sobre os solos, alívio do stress hídrico e da eutrofização de lagos e oceanos, o que consequentemente auxilia no combate às crises climáticas e na perda de biodiversidade.
- os resultados de saúde, incluindo reduções da mortalidade prematura em até 30%.
- o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e das Contribuições Determinadas Nacionalmente (CDN) no Acordo de Paris mais ambiciosas.
O relatório termina com a frase: “o tempo das conversações terminou. É tempo de arregaçar as mangas e começar a trabalhar” e nós não podíamos estar mais de acordo. As entidades governativas têm um papel decisivo nesta matéria, mas na realidade o cidadão comum pode e deve fazer a diferença.
A mudança começa com cada um de nós. Escolha já hoje introduzir mais refeições à base vegetal na nossa dieta. Por um planeta sustentável e humanos mais saudáveis.
Junte-se a nós!