Plante Árvores e Arbustos Autóctones
Hoje assinala-se o Dia da Floresta Autóctone. Criado para relembrar da importância da floresta no nosso território e para sensibilizar para a diferenciação entre espécies autóctones e invasoras.
São entendidas como espécies autóctones, plantas, arbustos e árvores originárias do nosso país ou que ocorrem naturalmente no nosso território. São importantes pois, em comparação com as demais, estão mais adaptadas às condições do solo, clima e topografia, reagindo melhor a fenómenos de chuvas intensas ou secas (dependendo da sua localização).
Por outro lado as espécies classificadas como invasoras são espécies exóticas, cuja proveniência é exterior ao nosso país, e que, por regra, possuem um desenvolvimento acelerado e potencialmente negativo para as restantes espécies, pois assimilam água e nutrientes em grandes quantidades, reduzindo a quantidade disponível para as restantes espécies.
Hoje honramos estes fundamentais seres que são as árvores e os arbustos autóctones (refúgio e habitat de inúmeras espécies, controladores do ciclo hidrológico e da qualidade da água, auxiliares na melhoria do clima e redutores dos efeitos das alterações climáticas) e propomos que os convide partilhar o espaço de casa consigo. Para esse efeito partilhamos 6 espécies com capacidades utilitárias interessantes e, como sabemos que nem todos têm jardins, trazemos também sugestões de pequena dimensão adaptáveis a um terraço.
Zimbro-galego Juniperus oxycedrus L.
Árvore ou arbusto muito ramoso que quando em ambiente rural é o preferido da alimentação de cabras e ovelhas. Pode atingir os 8m de altura.
O seu desenvolvimento é indiferente ao pH, frio, seca e exposição solar, contudo prefere sempre solo solto e ligeiro e locais solarengos. Consiste numa espécie de crescimento lento e dióica, necessitando de indivíduos masculinos e femininos para a sua reprodução.
As suas “bagas” e resinas usavam-se outrora como antissético e anti-parasitário e a sua madeira ornamental pode ser usada na construção, carpintaria e fabrico de lápis. Por destilação é possível extrair do lenho o óleo de cade, com propriedades antisséticas, antimicrobianas e antifúngicas, que pode ser usado em tratamentos, como por exemplo de eczema e psoríase.
Sabugueiro Sambucus nigra L.
Arbusto de copa arredondada, muito ramificado e que no máximo pode alcançar os 6m de altura.
O seu aparecimento natural é comum em zonas húmidas e sombrias, contudo é capaz de tolerar solos secos, ácidos ou alcalinos, poluição e ambientes costeiros, mas também prosperar em locais quentes e com muita luz. Como é resistente à poda, pode ser mantido em dimensão controlada.
As suas flores são atrativas para os insetos e as suas bagas para os pássaros, o que o torna uma espécie ideal para plantar se tiver árvores fruteiras, pois as aves preferirão as bagas do sabugueiro.
Tem utilidades gastronómicas (os seus frutos podem ser utilizados em doces), tintureiras (em vinho e em tecidos), repelentes de vertebrados, medicinais (para o aparelho respiratório, digestivo e pele), sendo que as suas bagas só devem ser consumidas maduras (quando alcançam a tonalidade preta).
Pilriteiro Crataegus monogyna Jacq.
Arbusto ou pequena árvore de copa arredondada, com ramos adornados com espinhos longos e aguçados, que por norma atinge os 4m de altura.
Espontâneo e comum em diversos tipos de solo, indiferente ao pH, mas preferindo solos soltos, frescos e em plena luz.
Suporta climas quentes, poluição atmosférica, resiste bem às geadas, mas necessita de humidade no solo. É uma importante fonte de alimento para larvas de muitas espécies de lepidópteros, pelo que se torna uma importante adição para a diversidade do ecossistema.
Em certos países os seus frutos, pilritos, são usados na preparação de bebidas alcoólicas.
Gilbaldeira Ruscus aculeatus L.
Arbusto de forma arredondada não muito densa e de até 1m de altura.
Desenvolve-se naturalmente praticamente em todo o tipo de terrenos, contudo não aguenta o frio intenso nem as geadas das altitudes mais elevadas.
A raiz pode ser usada como diurético. Os rebentos jovens são comestíveis e podem ser preparados tal como os espargos.
A sua estética, as suas bagas avermelhadas e a durabilidade após secagem tornam-na ideal para arranjos natalícios e decorativos.
Hipericão do gerês Hypericum androsaemum L.
Arbusto de porte baixo, com altura máxima de desenvolvimento até 1,5m.
Pode ser encontrado em lugares sombrios e frescos, como as margens de pequenos cursos de água e bosques. Tolera ventos fortes, mas não exposição marítima, e é indiferente quanto à acidez do solo e seca, quando já estabelecido.
É utilizado frequentemente na medicina tradicional em inúmeras utilizações, nomeadamente em infusões antidepressivas e feridas.
Em jardinagem é uma boa escolha para cobertura do solo.
Murta Myrtus communis L.
Não tínhamos como não incluir a planta que deu origem ao nome do nosso projeto e microempresa.
Arbusto com ramos numerosos e densos e possibilidade de crescimento até aos 5m.
É tolerante aos vários tipos de solo, desde que sejam bem drenados. Prefere exposição à luz direta, tolera ares marítimos e temperaturas até -10°C.
Possui interesse ornamental e medicinal, os seus ramos e folhas podem ser utilizados na indústria dos curtumes, e a sua madeira no fabrico de bengalas, cabos e mobília.
Planta de enorme antiguidade e simbolismo. Na região mediterrânica, é cultivada e oferecida como votos de paz e amor.
Se o tema da plantação de árvores e arbustos o interessa, conheça ainda 6 espécies de plantas com porte arbustivo que pode plantar num pequeno jardim, ou terraço.
E não deixe de visitar a plataforma Florestar, que serviu de inspiração para esta publicação.
Convide as árvores e arbustos para o seu espaço exterior, seja ele um jardim ou um terraço, partilhe a sua casa com estes maravilhosos seres vivos que auxiliam a manter a vida de todos neste planeta azul e verde.