Conservar e Preservar Alimentos de Janeiro
Outra das rubricas que iremos manter e melhorar neste novo ano consiste na “Preservar Alimentos”, agora com denominação e âmbito alargado. Assim manteremos as sugestões de receitas de preservação de alimentos, dependendo das frutas, legumes e ingredientes de cada mês, e alargaremos o conceito também para os melhores métodos de conservação para cada grupo de alimentos.
Acreditamos que a combinação de ambas as ações permite reduzir drasticamente o desperdício alimentar que, por má preparação ou desconhecimento, ocorre nas nossas cozinhas.
Desta forma para este mês, tradicionalmente “governado” pelas couves, tubérculos e citrinos, eis as dicas de conservação mais eficazes.
Verduras e alfaces
Tradicionalmente muito consumidas e integradas em praticamente todas as refeições, para um aporte nutricional correto e/ou para o consumo da quantidade mínima diária de vegetais, contudo extremamente perecíveis.
Se tiver oportunidade de as comprar no dia em que as tenciona utilizar, ou o mais próximo possível, e preferencialmente a um produtor local (para que colheita seja recente), é o ideal.
No caso de apenas realizar as suas compras uma vez por semana, eis as dicas que sugerimos: dê preferência aos exemplares com folhas carnudas e com coloração viva, e assim que chegar a casa remova todas as folhas danificadas, lave para remover sujidade e alguma praga que possa existir e seque cuidadosamente.
De seguida mantenha-as no frigorífico entre 0ºC a 5ºC, preferencialmente dentro de um recipiente fechado ou de um saco plástico reutilizável, pois assim evitará que percam água e murchem precocemente.
Com a aplicação destas dicas é possível manter acelgas, alfaces, canónigos, rúculas e verdura asiática por 3 a 4 dias e espinafres e nabo greleiro por 4 a 5 dias.
Planeie as suas refeições consoante estas previsões e não será surpreendido por verduras murchas.
Couves
Típicos ingredientes das refeições mais características portuguesas, como as feijoadas, donos e senhores da época de Inverno, são também mais duráveis do que as verduras e alfaces, contudo a sua longevidade vai depender do tipologia de consistência que têm. Eis as principais dicas.
Aquando da compra, todos os exemplares devem encontrar-se em bom estado de conservação, sem manchas ou coloração diferente da expetável. Da mesma forma que os anteriores, quanto mais próxima for a colheita, mais tempo vai conseguir que os legumes se conservem em perfeito estado.
As couves com estrutura mais robusta, como por exemplo a couve lombarda, podem ser mantidas à temperatura ambiente por 1 ou 2 dias, prazo a partir do qual devem ser acondicionadas no frio.
No frigorífico devem todos ser conservados em saco plástico reutilizável poroso ou recipiente respirável, mantendo assim a sua validade por: 5 dias no caso de brócolos e brocolinis e 3 a 8 dias para as couve-flor e as couves em geral, sendo que a couve chinesa apresenta a particularidade de dever ser embrulhada num pano ou papel de cera, antes de colocada no recipiente ou saco.
As couve-flor e romanescas podem ser congeladas diretamente, basta para tal separar os floretes individualmente, lavá-los e sacá-los cuidadosamente e congelar num tabuleiro. Assim que congelados, vertê-los para sacos identificados e datados. Todas as restantes couves podem também ser congeladas, mas apenas após serem escaldadas.
Raízes
Neste mês de janeiro neste grupo podemos encontrar a beterraba, a cenoura, o nabo e os rabanetes. Todos devem ser comprados apenas quando se apresentarem sem danos na casca, cores e aromas normais, tendo em conta a espécie.
De todos a beterraba consiste no alimento mais perecível, sendo que permanece em bom estado no frigorífico, num saco ou recipiente, apenas por 3 dias.
Semelhante à beterraba apresenta-se o rabanete que, em saco perfurado ou recipiente respirável, mantém a sua consistência por 5 dias, contudo é fundamental remover as folhas, que devem ser tratadas como uma verdura.
As cenouras e os nabos são os campeões de durabilidade no frigorífico, com a cenoura a conservar-se num saco fechado por 2 semanas e o nabo, num saco perfurado ou recipiente respirável, por 1 mês.
Frutas
As frutas características desta estação são naturalmente resistentes e podem ser todas mantidas à temperatura ambiente, apenas é necessário ter em consideração que a manutenção das mesmas a temperatura amena irá permitir a continuidade do seu amadurecimento e avançar o processo de degradação. Assim, se a fruta que comprou estiver pronta a consumir, faça-o, ou conserve-a a temperatura refrigerada (0ºC a 5ºC).
Algumas dicas sobre a conservação das frutas deste mês no frigorífico: as bananas deve ser guardadas num recipiente e observar-se-á o natural escurecimento da sua casca (apesar de o interior se manter inalterado), a validade será alargada respetivamente para: 7 dias no caso das tangerinas, 10 dias para as peras, 15 para as maçãs, 1 a 3 semanas para os quivis, 2 a 3 semanas para as laranjas e 6 semanas para os limões guardados num saco ou recipiente.
Sobre os citrinos, e principalmente os limões, não desperdice nenhuma das suas partes, aproveite e congele o sumo e a casca para posteriores utilizações.
Sobre os frutos secos ainda em época, amêndoas, nozes e pinhões, todos devem ser mantidos a temperatura ambiente, em local fresco e seco, e principalmente com casca para maior durabilidade.
Eis as dicas para uma conservação ideal de todos os legumes e frutas em época nacional neste mês.
Recordamos apenas que não deve descartar alimentos apenas porque os prazos expectáveis que aqui apresentamos se extinguiram, deve verificar o aspeto geral do alimento, a sua cor, o aroma e o sabor, para identificar quais os que deve manter ou compostar.
E não se esqueça que tudo começa no momento da compra, escolhendo os melhores exemplares e comprando o mais fresco e local possível, obtém uma enorme diferença na conservação e preservação de todos os alimentos frescos.
Junte-se a nós, aplique estas dicas na organização das suas compras e refeições, para uma alimentação saudável, sazonal e com o mínimo de desperdício.