Atividades de Educação Ambiental para Casa

Atividades de Educação Ambiental para Casa
Fotografia de Jimmy Dean / Unsplash

No próximo dia 26 assinala-se o Dia Mundial da Educação Ambiental, data que se celebra desde 1972 e que pretende relembrar da importância da aprendizagem sobre a sustentabilidade e da fundamental necessidade de aprendermos a partilhar este planeta com todas as restantes espécies e reduzirmos a nossa pegada para que a nossa presença deixe de ser negativa e passe a ser neutra ou, idealmente, positiva.

Na Murta acreditamos que esta tipologia de educação deve ser introduzida o quanto antes nas escolas, como parte integrante do programa escolar, com objetivos concretos e adequada às diversas faixas etárias, contudo também em casa. Tal como as crianças e jovens conseguem ser influenciados pelas aprendizagens que realizam na escola, o contrário também é válido. É possível transmitir conhecimentos importantes e básicos em casa e deixar que os mais pequenos transmitam os valores aprendidos aos seus amigos, e professores, na escola.

Assim, e em jeito de celebração, hoje sugerimos alguns hábitos e atividades de partilha de conhecimentos simples que pode desenvolver em casa com as suas crianças e jovens, entusiasmando-os por este tema da sustentabilidade, e lançar as bases para o que será seguramente o futuro de cada um.

Fotografia de Nik / Unsplash

Poupar e cuidar

A compreensão de que o consumo dos países mais desenvolvidos não se pode manter como até aqui é de fundamental transmissão aos mais pequenos, ou seja, transmitir a ideia de que reduzir  consumo está na base de toda a mudança.

Não é possível continuarmos a consumir combustível, energia, água, alimentos e muitos outros recursos naturais, de forma desmesurada e desnecessária, quando metade do planeta vivencia episódios gravíssimos de seca, fome e pobreza. O nosso consumo deve ser reduzido drasticamente para que “a balança” se equilibre com o tempo, e é fulcral que os mais pequenos compreendam que isso envolve mudanças de comportamentos, mas não de estilo de vida por assim dizer.

Fotografia de Artem Beliaikin / Unsplash

Assim pequenos gestos que implicam uma poupança e um cuidado implícito são importantes. Eis alguns exemplos: aproveitar a água que sai das torneiras enquanto a água aquece; aproveitar a água de lavar frutas e legumes; desligar as luzes e equipamentos quando não estão em uso; ter cuidado no manuseio de roupas e acessórios para que durem mais tempo; colocar pouca comida no prato para que não se desperdice; evitar ligar equipamentos de climatização privilegiando outras soluções sustentáveis; desligar a torneira enquanto se lava mãos, dentes ou ensaboa o corpo no duche; não comprar o que não necessitamos; e assim indefinidamente.

Alterações de comportamento diário tão simples, mas que fazem toda a diferença e devem ser compreendidas pelos mais pequenos, não apenas como um método de poupança económica (que também é!) mas principalmente como uma poupança ambiental importante para que possamos reduzir a nossa pegada ecológica e passar a consumir apenas o necessário sem desperdiçar.

Fotografia de Bioguia

Reutilizar

Incutir nos mais pequenos a ideia de que a maioria dos materiais ou objetos pode ter uma segunda vida, ao invés de serem descartados quando a sua função principal terminou, é a nossa segunda sugestão.

A par da redução de consumo a reutilização é fundamental para alterar a forma como os mais pequenos percecionam o mundo e as coisas que os rodeiam. Neste momento é muito comum a ideia do descarte e é “normal” comprarmos algo para logo a seguir descartarmos parte da embalagem, contudo é deveras importante passar a informação de que esta prática não é normal, não deve ser incentivada e cabe-nos a todos encontrar soluções para dispensar materiais “extra” e para os materiais utilizáveis com que nos vamos obrigatoriamente cruzando no dia-a-dia.

Fotografia de Products PCC

Ensinar que a compra dos bens necessários à rotina diária pode ser cumprida com menos resíduos se optarmos por soluções a granel, sem embalagem ou com embalagem simplificada e que todos os restantes materiais devem ser reutilizados, ou no limite reciclados, é um ótimo ensinamento que será certamente replicado na escola.

Sugerimos que guarde aqueles materiais mais duradouros como plásticos duros ou latas e organize algumas atividades de reutilização com os mais pequenos enquanto aborda a temática de forma leve e divertida. Criem em conjuntos vasos com latas, organizadores de material escolar com plásticos ou cartões em forma de caixa e deem nova vida a materiais que de outra forma seriam descartados. Serão certamente atividades que os mais pequenos vão recordar e partilhar com os seus amiguinhos, incentivando assim à replicação da atividade noutras famílias.


Fotografia de Bolivia

Reciclar e compostar

Pode parecer um tema recorrente e já mais do que entendido pela população, principalmente pela mais jovem, mas as estatísticas contradizem esse entendimento. De facto as percentagens de reciclagem em Portugal não têm estado famosas, e estão muito longe de alcançarem os objetivos de sustentabilidade expectável.

Assim todos temos um papel de aprendizagem e de ensinamento. É fundamental transmitir a ideia de que nem todos os materiais são recicláveis, devendo privilegiar-se sempre os que o são ao invés dos restantes; que as partes que se constituem por materiais diferentes devem ser separadas nos respetivos ecopontos e não descartadas todas juntas, como por exemplo uma embalagem de vidro com tampa de plástico; que certos materiais têm contentores específicos de recolha, como as lâmpadas, os óleos e as pilhas; e que todos devemos reciclar o mínimo possível, fazendo cumprir as duas primeiras premissas anteriores: a redução e a reutilização.

Fotografia de Neslihan Gunaydin / Unsplash

A compostagem deve também ser compreendida por todos o quanto antes, pois a recolha de resíduos orgânicos deverá ser obrigatória a curto prazo. Assim é fundamental transmitir que os resíduos orgânicos que produzimos quando nos alimentamos podem ser utilizados para criar energia e composto, dando assim continuidade a um ciclo sem desperdício. Para este processo ser eficaz apenas necessita de separar todos os resíduos alimentares que podem ser colocados no compostor. Estes vão ser distintos dependendo do sistema em que participar e, se estiver integrado numa rede de compostagem comunitária ou possuir serviço de recolha porta-a-porta, deve cumprir com as regras comunicadas pelos responsáveis pelo sistema.

Se, por outro lado, estiver a compostar no interior de sua casa usando o compostor bokachi ou o vermicompostor, cumpra também com os princípios de não colocar líquidos e ossos, e no caso do vermicompostor, citrinos e alimentos de origem animal.

Para saber um pouco mais sobre o tema da compostagem, que parece complexo mas garantimos que não é, percorra as nossas publicações anteriores sobre a compostagem bokashi e a vermicompostagem.

Fotografia de Filip Urban / Unsplash

Criar uma horta

Se lhe parece que a nossa lógica de raciocínio está inteiramente conectada com os R´s que todos aprendemos e às quais se adiciona agora também a compostagem, tem toda a razão e foi propositado, de modo a facilitar um enquadramento com o conhecimento transmitido na escola.

Contudo, se pudéssemos adicionar mais um “R” à famosa terminologia acrescentaríamos o “Cultivar”. Neste Blog não nos cansamos de incentivar todos para que iniciem a sua horta em casa, seja ela com muito ou pouco espaço, e eis as principais razões.

Com uma horta é possível poupar compras, deslocações e recursos naturais, pois com muito pouco esforço é possível cultivar alimentos simples e recorrentes na alimentação da família, como as ervas aromáticas e as verduras (alface, rúcula, etc.).

Ao contrário do que por vezes pode ser pensado, cultivar não é dispendioso, pois é possível criar vasos com materiais reutilizados e regar com água poupada como vimos anteriormente. Apenas necessita de solo, sementes e alguma dedicação.

Home grown greenhouse tomatoes, Northumberland
Fotografia de Lewis Wilson / Unsplash

Partilhe uma horta com os mais pequenos e observe com eles o ciclo da vida a acontecer todos os dias. Será seguramente uma atividade de grande aprendizagem e que contribuirá para cimentar a ideia de que cultivar não tem que ser complexo, caro ou reservado a todos os que percebem de jardinagem.

Experimente, identifique um local em sua casa com algumas horas de sol, escolha os alimentos que gostaria de cultivar, compreenda se são adequados ao seu espaço, reutilize vasos e aventure-se.

Se a sua casa não tem um espaço solarengo não desespere e cultive germinados. Germine sementes de variadas espécies, observe o maravilhoso processo que ocorre com o mínimo de esforço e adicione estes superalimentos às suas refeições diárias como complemento para toda a família.

Fotografia de Jimmy Dean / Unsplash

E aí tem. Dicas enquadradas na premissa dos 4 R´s e ainda um inventivo ao cultivo dos seus alimentos preferidos para uma rotina diária com verdadeiro impacto positivo no ambiente, e já agora, também na carteira, pois praticamente todas as ações mencionadas garantem também uma poupança económica.

Experimente. Tire partido destas ideias, junte as suas e transmita aos mais pequenos que um dia-a-dia sustentável é possível e que todos podemos criá-lo à nossa medida.

Não deixe de visitar o Blog e conhecer mais sobre um estilo de vida sustentável nas grandes temáticas das Dicas Sustentáveis, Cozinha Zero Desperdício, Horta em Casa e Faça-você-mesmo.

Junte-se a nós nesta caminhada em direção a um futuro melhor.

Murta Atitude Natural

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Microempresa portuguesa dedicada à promoção de um estilo de vida sustentável valorizando o que de melhor se faz no nosso país. Com novidades regulares no Blog e Loja Online. Esperamos por vocês!